Embora a premissa de que os interesses de Israel e dos EUA não se alinham perfeitamente com os de toda a região seja um ponto de partida válido para a análise, a realidade geopolítica do Oriente Médio é mais complexa, envolvendo alianças mutáveis e interesses que, por vezes, convergem.
_Os conflitos fundamentais são profundos e de múltiplas dimensões ou pilares dos conflitos de interesses no Oriente Médio._
A instabilidade na região é frequentemente explicada pela intersecção de vários fatores históricos, religiosos e geopolíticos com atores envolvidos pela hegemonia regional entre as duas principais correntes do Islã, explorada politicamente. Arábia Saudita (liderança sunita) vs. Irã (liderança xiita) contando, por exemplo, com a atuação por procuração em Síria, Iêmen, Líbano em meio a esse conflito nacionalista e territorial central na política regional desde a criação de Israel em 1948. Símbolo de identidade e causa unificadora para árabes e muçulmanos. Israel vs. Palestinos. EUA são aliado crucial de Israel; potências regionais apoiam causa palestina.
Nesse imbloglio é visível ao longo da história a Interferência de nações externas a história desses lugares por recursos naturais (petróleo) e influência estratégica. Fronteiras artificiais traçadas por potências coloniais (ex: Acordo Sykes-Picot) ignoraram realidades étnicas e religiosas.
EUA e Rússia são atores principais, e a China atua como mediadora e investidora no entorno do petróleo e gás, hoje uma prioridade a China e não mais apenas para EUA e seus aliados ocidentais.
_O Cenário em Transformação e a Questão Palestina._
A ideia de que a guerra não resolverá a questão de "quem é dono da Palestina" encontra eco na comunidade internacional. A solução de dois Estados, com a coexistência de Israel e um Estado Palestino independente, permanece como a proposta mais amplamente reconhecida, apoiada por mais de 140 países membros da ONU. No entanto, sua implementação esbarra em questões de segurança, fronteiras e no próprio reconhecimento mútuo.
A dinâmica de poder na região também está em transformação. Acordos recentes, como a reconciliação entre Arábia Saudita e Irã mediada pela China, e a pressão de monarquias árabes sobre os EUA para conter ações israelenses, indicam que os países locais estão buscando maior autonomia e redefinindo suas alianças, contestando a antiga hegemonia inconteste dos EUA.
Esse panorama de interesses irreconciliáveis, mas em um tabuleiro geopolítico em constante mudança, confirma a complexidade de se encontrar uma solução duradoura.
Espero que este texto tenha fornecido um panorama claro e útil aos leitores do Blog sobre os detalhes do processo de paz israelense-palestino nesta parte explosiva do mundo.
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Joilson Bergher. Produtor de Conhecimento nas áreas de África, Filosofia, História e Metodologia do Conhecimento Científico.





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