Muitas doenças poderiam ser evitadas se os homens procurassem os
centros de saúde com frequência, mas eles resistem em buscar ações
preventivas. O alerta é do coordenador da Área Técnica de Saúde do Homem
do Ministério da Saúde, Eduardo Schwarz, em audiência pública, hoje
(16), na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que tratou de
políticas públicas para a saúde do homem.
Uma das principais barreiras, de acordo com Schwarz, vem da ideia de
que ser homem é ser forte, e que doença é sinal de fragilidade.
“Consequentemente, os serviços de saúde seriam dirigidos para os mais
fracos: crianças, mulheres e idosos”. Segundo ele, “os serviços de saúde
não consideram o homem como sujeito de cuidado e os homens não
consideram os serviços de saúde como espaços masculinos”.
O dirigente do Ministério da Saúde disse que o objetivo é buscar
políticas e ações para que os homens cuidem de si e busquem prevenção de
doenças graves e crônicas. “Ter cuidado [consigo] não é feminino,
homens se cuidam, homens cuidam dos seus filhos, cuidam da sua saúde,
cuidam dos seus amigos, da sua família, e é essa a lógica que estamos
tentando trazer para o sistema”.
Schwarz disse também que os homens são dependentes das mulheres nos
cuidados com a saúde. “O homem precisa se perceber como sujeitos de
cuidado, e de direitos. As mulheres sempre são protagonistas, ajudam na
saúde do homem, mas é preciso que eles possam desenvolver o cuidado
consigo mesmo, ele não tem que depender da sua mulher, das filhas, da
mãe, para cuidar da própria saúde”.
Segundo Eduardo Schwarz, os homens morrem mais cedo que as mulheres,
vivendo aproximadamente até os 70 anos de idade. Dos 20 anos aos 40, as
causas da mortalidade são acidentes, violência e homicídios; após os 40
anos, entre os principais fatores estão os acidentes vasculares
cerebrais, infartos e o câncer de próstata. Agência Brasil.