Os produtores da agricultura familiar terão R$ 21 bilhões para financiar
a próxima safra. O valor, anunciado hoje (6) pelo governo com o Plano
Safra da Agricultura Familiar 2013/2014, é 16,6% maior que o destinado
ao setor no ano passado, de R$ 18 bilhões. Segundo o governo, ao todo
serão aplicados R$ 39 bilhões no conjunto de medidas para o setor.
O Plano Safra da Agricultura Familiar
2013/2014 foi lançado há pouco, no Palácio do Planalto, em cerimônia com
a presidenta Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento Agrário,
Pepe Vargas. O plano também comemora os dez anos de nascimento do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf),
que começou com recursos de R$ 5,4 bilhões de financiamento de safra.
O
ministro Pepe Vargas ressaltou a prioridade que o governo federal vem
dando ao setor. "Não temos a menor dúvida da importância da agricultura
familiar para o desenvolvimento econômico e social do nosso país. Nesse
plano safra queremos que os agricultores tenham mais capacidade de investimento, inovação e tecnologia"
Entre as novidades anunciadas para a próxima safra, está a ampliação
do limite para enquadramento no Pronaf, permitindo que mais
agricultores busquem o financiamento. A partir de agora, famílias que
tiveram renda até R$ 360 mil no último ano poderão contratar o crédito.
Para 2013/2014, o plano aumenta o limite de financiamento de custeio de
R$ 80 mil para R$ 100 mil. A taxa de juros paga pelos agricultores, cujo
teto era 4%, agora será até 3,5%.
Também está prevista elevação do limite da linha de investimento. A
partir de julho deste ano, quando se inicia o preparo da safra
2013/2014, os produtores poderão contratar até R$ 150 mil por operação.
Para a suinocultura, a avicultura e a fruticultura, consideradas
atividades que necessitam de maior mobilização de recursos, o valor para
o investimento será R$ 300 mil, e no caso de investimentos feitos em
grupo, o valor será R$ 750 mil.
O plano destina, ainda, R$ 400 milhões ao Seguro da Agricultura
Familiar (Seaf), mecanismo de prevenção disponibilizado aos produtores
rurais que contratam financiamento de custeio e investimento do Pronaf e
permite a cobertura da parcela do financiamento.
Também estão previstas inovações no Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA), com a ampliação do limite de aquisição anual por
família, que passou de R$ 4,5 mil para R$ 5,5 mil. No caso das famílias
ligadas às cooperativas, o limite subiu de R$ 4,8 mil, na última safra,
para 6,5 mil. Quando os projetos de venda forem formados por, pelo
menos, 50% dos cooperados com baixa renda e quando os produtos forem
exclusivamente orgânicos, agroecológicos ou da sociobiodiversidade, o
limite por família passa a ser R$ 8 mil.
A cerimônia desta quinta-feira marcou os dez anos do plano voltado à
agricultura familiar. Nesse período, de acordo com o Ministério do
Desenvolvimento Agrário, a renda do setor cresceu 52%, o que permitiu
que mais de 3,7 milhões de pessoas ascendessem para a classe média. O
segmento é responsável por 84% dos estabelecimentos rurais do País, por
33% do Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário e por empregar 74% da
mão de obra no campo.