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Prefeito recebe viatura blindada para reforça segurança em Jequié

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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A importância da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), para o Brasil

Trecho Fazenda Velha Barragem da Pedra em Jequié
A supremacia do transporte rodoviário sobre os demais meios de transporte no Brasil pode ser explicada fundamentalmente: 1. Pela não utilização de ferrovias durante o processo de ocupação do território brasileiro, ao contrário do que ocorreu em outros países de dimensões continentais, como Canadá, Estados Unidos e Rússia. 2. Pela prioridade dada pelo governo Juscelino Kubitschek (1956-1960) ao transporte rodoviário e a construção de rodovias, fatos que coincidiram com os interesses das empresas transnacionais que nesse período instalaram as primeiras montadoras de veículos no país.  

Os transportes compõem um dos itens do setor terciário da economia, que, segundo o IBGE, teve participação de 58,88% no PIB total brasileiro em 2000. Apenas o setor de transportes, conforme estimativa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) produziu, em 1998, 50,4 bilhões de dólares, o equivalente a 6,5% do PIB. Além disso, esse setor também reflete as desigualdades socioeconômicas do país. Assim, existe maior concentração de ferrovias, aeroportos, portos, metros e rodovias no Centro-Sul, consequência da concentração urbano-industrial. 

O CAOS DA LOGÍSTICA AGRÍCOLA NO BRASIL 

O Brasil já ocupa atualmente a posição de terceiro maior exportador mundial de alimentos. O país não está conseguindo dar conta do recado, e não é por conta do desempenho da agricultura. Já vivemos o “apagão elétrico”, o “apagão aéreo”, e, este ano, chegamos ao “apagão da logística”. Em 2013, colhemos a maior safra de grãos e de oleaginosas da nossa história. Foi quase 194 milhões de toneladas, 17% a mais do que na safra anterior. Basta dizer que só na soja ampliamos a área plantada em quase 3 milhões de hectares, em apenas um ano. A segunda safra de milho, superou a safra de verão em mais de 6 milhões de toneladas nos dois últimos anos. Trata-se de mais uma notável vantagem competitiva da agricultura tropical, que jamais vai ocorrer em países de clima temperado. 

Tornamo-nos o primeiro produtor (84 milhões de toneladas) e exportador (41 milhões de toneladas) mundial de soja, a frente dos Estados Unidos. 

Foram décadas de total descaso na logística do nosso país. Governos anteriores ao de Lula e Dilma, não efetuaram planejamento prevendo o futuro promissor nas diversas áreas do nosso país, infelizmente. 

Hoje o desafio de integrar o Brasil começa a ser vencido, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Governo Federal viabilizou uma transformação histórica na infraestrutura do país, ao implantar programas de revitalização das ferrovias brasileiras. Que tem na ferrovia Norte/Sul a sua espinha dorsal. Pelos 3.100 Km da Norte-Sul que corta o país do extremo norte do Para até o Estado de São Paulo, serão transportados mais de 100 milhões de toneladas de cargas. Além disso está previsto a implantação de 42 plantas industriais de Etanol e 20 usinas de Biodiesel, todos esses projetos irão consolidar o Corredor de exportação Centro Norte, impulsionar a produção dos Estados de Goiás, Tocantins e Maranhão e gerar mais de 270 mil empregos diretos e indiretos, novos estudos estão sendo realizados para estender os trilhos da Norte-Sul até o Porto do Rio Grande – no Rio Grande do Sul, ligando os dois extremos do pais. Para garantir a integração de todas as regiões brasileiras. 
O Governo está construindo outras ferrovias que farão parte do complexo Norte/Sul – uma delas é a ferrovia do PANTANAL, que partirá do município de Panorama em São Paulo em conexão com os trilhos da Norte/Sul, com 750 Km de extensão. A ferrovia do Pantanal atravessará todo o Estado do Mato Grosso do Sul, passando pela região de Dourados até alcançar Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, essa ferrovia vai permitir escoamento de toda a produção de grãos do Estado, estimada em 18 milhões de toneladas, impulsionar o desenvolvimento de importantes polos, sul-mato-grossense. Do mesmo modo, a ferrovia do Pantanal atenderá também a demanda de transporte do minério de ferro, tanto brasileiro quanto Boliviano. 

INTEGRAÇÃO 

A ferrovia será também, de vital importância para a integração com a Hidrovia Paraguai/Paraná, um dos mais extensos e importantes eixos de integração política, social e econômica da America do Sul. Que serve a cinco países: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. FIOL –Ferrovia Oeste Leste

Em parceria com o governo federal, (gestão LULA (2003/06 e DILMA 2007/14), está sendo construída na Bahia, especificamente a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, a maior obra dos últimos anos no Estado. Com o objetivo de interiorizar o desenvolvimento, integrar as regiões e incrementar o mercado de exportação, a ferrovia vai interligar o município de Figueirópolis (TO) ao de Ilhéus (Ba), onde se interligará ao Complexo Porto Sul. Para a futura ferrovia, a meta é viabilizar o chamado Porto Sul, em Ilhéus, onde estão sendo tratadas questões ambientais. As obras somam R$ 8,5 bilhões com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 

Os trabalhos da Fiol no primeiro trecho, entre Ilhéus e Caetité, mais especificamente em Jequié, visitado no ultimo dia 03 de janeiro de 2014 – Essa etapa são 537 Km, e pelas estimativas, devera ser concluída ate final de 2014 *Tendo como ponto final o Porto Sul (Ilhéus), a Fiol, com uma extensão de 1.516 Km, tem um traçado de 12 lotes. Na Bahia, passará por 32 municípios, somando 1,1 mil quilômetros que foram divididos em nove lotes, incluindo uma ponte sobre o rio São Francisco. 

O projeto ferroviário de Integração Oeste-Leste que vai ligar os trilhos da Norte/Sul em Figueirópolis/TO ao futuro Porto de Ilhéus na Bahia. A primeira etapa das obras ligando Ilhéus a de cidade de Barreiras, já foi autorizada pelo Governo Federal, com 1.526 Km de extensão. A Fiol tem previsão de conclusão para dezembro de 2014 e terá um custo estimado em 7,25 bilhões reais, quando estiver pronta, a ferrovia será fundamental para o desenvolvimento do agronegócio e da mineração dos Estados do Tocantins e Bahia. Os trilhos abrirão uma nova alternativa logística para os Portos do Nordeste brasileiro, oferecendo um sistema de transporte seguro e eficiente, com custos de fretes mais competitivos, gerando divisas e milhares de empregos diretos e indiretos. 

Estudos iniciais apontam para um volume de cargas a ser transportados pela Fiol, da ordem de 70 milhões de toneladas anuais. Dos quais 50 milhões correspondem a minérios das regiões de Caetité e Tanhaçu na Bahia. 

OUTRAS INTEGRAÇÕES 

Para integrar os Estados do Oeste brasileiro, o Governo Federal através da Valec, órgão ligado ao Ministério dos Transportes, desenvolve o projeto de outra ferrovia – a Fico – Ferrovia de integração Centro-Oeste com 1.638 Km de extensão , a Fico, vai fazer a conexão entre a cidade de Vilhena em Rondônia e os trilhos da Norte–Sul em Campinorte/GO. O investimento total previsto para a construção da Fico é da ordem de 6,4 bilhões de reais e depois de finalizada em 2014, a ferrovia será responsável pelo transporte de cerca de 20 milhões de toneladas de carga ao ano. 

A Ferrovia Centro-Oeste faz parte do projeto da ferrovia Transcontinental que vai ligar o Litoral Norte do Rio de Janeiro à fronteira do Brasil com o Peru, integrando os Estados de Rondônia, e Acre a malha ferroviária nacional, a conexão da Transcontinental com a malha ferroviária peruana, vai permitir a interligação do Corredor Transoceânico encurtando distâncias entre o Brasil e os Portos da Ásia e países como o Japão e China, importantes parceiros comerciais do nosso país. 

A partir deste ano (2014) em todos os novos trechos Norte/Sul e das novas ferrovias que serão construídas, a gestão logística ficara sob a responsabilidade direta da Valec, que irá vender a qualquer interessado a capacidade de tráfico de cargas ferroviárias. Este novo modelo de gestão irá democratizar o acesso ao transporte ferroviário, permitindo o escoamento de milhares de toneladas de grãos e minérios, etanol e outros produtos para o mercado interno e externo, gerando empregos, renda e promovendo um grande salto de desenvolvimento. Em toda a extensão de seus projetos a Valec, através do programa de revitalização das ferrovias brasileiras, revela o objetivo maior de transformar a realidade nacional, interligando as economias de todas as regiões do país, promovendo o desenvolvimento alto sustentável e a justa distribuição de riquezas entre todos os brasileiros.

Por *Carlos Augusto Araújo Santos * Coordenador do Núcleo Executivo do Território de Identidade da Bacia do Rio Grande (Oeste); Gerente Regional da EBDA em Barreiras; Pedagogo; Inspetor suplente da Inspetoria do CREA/Barreiras.