O deputado estadual Zé Coca (PP) quer trazer de volta a confiança dos investidores no município de Jequié, no Sudoeste baiano. Em entrevista ao site BNews nesta terça-feira (3), o candidato à prefeitura também descartou um programa de transferência de renda mínima.
”Até porque Jequié não tem nem receita pra isso. Quem disser que vai fazer, pra mim, é mentira”, disse Zé Cocá.
A reportagem tentou contato com outros candidatos à prefeitura de Jequié para entrevista presencial no município, mas não obteve sucesso.
Confira abaixo a entrevista com o candidato Zé Cocá (PP) na íntegra:
BNews: Qual ponto do seu plano de governo o senhor destacaria?
Zé Cocá: O primeiro passo de Jequié é a cidade ser acreditada. O cidadão não acredita que a gestão vai dar certo. Pra mim, o principal ponto é você ver a prefeitura equipada, pra gerar confiança, fazer obras. Crédito é o que o município precisa. Equalizar contas, ter equipe administrativa rápida…Jequié tem sido um cabide de emprego. Cada secretário de Jequié não são das áreas. Jequié tem feito gestão incompetente, mesmo.
BNews: O senhor, então, vai ter que fazer cortes…
Zé Cocá: A primeira medida enérgica é diminuir contratos, terceirizados, diminuir cargos comissionados. Se você não fizer isso, é impossível administrar Jequié. Não adianta dize que vai fazer isso na saúde, isso na infraestrutura, na educação. Temos, então, tomar primeiro essas medidas, para conseguir o mínimo para pagar as contas. Precisamos resgatar a capacidade de investimento.
BNews: Em seu plano de governo, o senhor fala em trazer a ”participação popular” para a saúde e gestão. Como seria isso?
Zé Cocá: Você não administra sozinho. Você tem que buscar os bairros, as ruas. Você, primeiro, tem que organizar as entidades e ir pros bairros, mesmo. Quando a gente fala em ‘participação popular” é ouvir os anseios. A população de Jequié não cobra grande obras, só cobra coisa básica. Era pra gente tá falando em assistência técnica, melhorar saúde, educação…
BNews: Como o senhor pensa em lidar com a geração de emprego e renda, caso seja eleito?
Zé Cocá: Os fechamentos…Ninguém fez nada 100%, porque não tinha estudos, fizeram para prevenção, e prejudicou bastante. Se Jequié não começar a desenvolver, você não tem como atrair. Se a cidade não se fortalece, não traz investidor para dentro. O fortalecimento do comércio de Jequié é se tornar a capital da região novamente. O comércio tem enfraquecido porque serviço público está ruim. O setor industrial todo está indo pra Conquista. A gente não tem um aeroporto regional. Qual empresa que vem pra uma cidade que não tem prosperidade? Nenhuma cidade no Brasil que tem potencial hidráulico desse não é potencial em produção agrícola. Só acontece Jequié.
BNews: O senhor pensa em um programa de renda mínima?
Zé Cocá: Inicialmente, não vou dizer que iremos fazer. Até porque Jequié não tem nem receita pra isso. Quem disser que vai fazer, pra mim, é mentira. O que precisamos é atrair investimento, trazer microempreendedores. A gente fica sempre de olho na grande empresa, mas não olha nosso potencial.
BNews: Como o senhor avaliou essa discussão entre flexibilização e isolamento social? Virou uma discussão política, infelizmente.
Zé Cocá: Aqui em Jequie foi feito tudo de cima pra baixo. A prefeitura não discutiu com a população. Sou contra esse fechamento total. Você evitar aglomeração…tinha estabelecimento que tinha de fechar mesmo, como bares. O que aconteceu foi um choque muitos além disso. Aqui chegou até a barrar o acesso ao comércio com barreiras. Isso não existe. Tínhamos que criar critérios pro povo não aglomerar. O maior problema não é sair às ruas, é aglomerar. Claro que isso não é um problema de um gestor, ou de outro, é do mundo. Errou tentando acertar, acertou também.
BNews: Qual sua opinião sobre a volta às aulas? O governador até autorizou o retorno a partir desta terça (3) para o ensino superior.
Zé Cocá: Essa, pra mim, é a decisão mais complicada que tem. Dizer para as crianças pra não aglomerarem é quase impossível. O não retorno às aulas tem prejudicado muito, o retorno pode prejudicar muito mais. Acho que tem que ser discutido com muita paciência. Sentar município, governo do estado e governo federal. A questão da aula remota, por exemplo. Aula remota precisa de qualidade da internet, não é só ter internet. Acho que é um tema que tem que ser muito mais discutida.
BNews: O senhor também é deputado estadual. Como tem visto esse imbróglio envolvendo à presidência da Assembleia Legislativa entre PP e PSD?
Zé Cocá: Isso é uma luta grande. Eu fui poucas vezes a Salvador nesses últimos dias. Não conversei sobre isso nem com o vice-governador João Leão (PP) nem com o governador Rui Costa (PT). Acho que são grupos maduros, o João Leão tem ótima relação com Rui. Eles vão se acertar. Tenho certeza que Rui e Leão irão se acertar ainda neste ano, e o próximo presidente da Assembleia será o melhor para a Bahia.
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