O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) protocolou, nesta quarta-feira (01), um documento junto à Reitoria da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) solicitando providências quanto a denúncias de assédio moral praticadas contra profissionais que prestam serviços ao Sistema UESB de Rádio e TV Educativas (SURTE) e à assessoria de comunicação da instituição. A carta foi endereçada ao Reitor Luiz Otávio de Magalhães.
No documento, o Sinjorba resume relatos de jornalistas que acusam a direção do SURTE e da assessoria de perseguição, alienação profissional, descredibilização, intimidação, isolamento nos grupos de trabalho, intransigência com a divergência de opinião e/ou método de trabalho, além de transferências unilaterais de profissionais para outros setores da universidade. Segundo o sindicato, a situação tem levado ao adoecimento dos servidores, alguns hoje sob atendimento psicológico e psiquiátrico.
Pelo menos quatro jornalistas foram vítimas de medidas que apontam clara perseguição. Dois profissionais foram transferidos de setor, unilateralmente, pela direção do SURTE, uma outra está afastada com diagnóstico médico de “sofrimento psicológico por causa do trabalho” e outra, contratada através de empresa terceirizada, foi dispensada intempestivamente no dia 24 de fevereiro passado, sem qualquer justificativa concreta. Seus relatos constarão de uma denúncia que o Sindicato dos Jornalistas fará ao Ministério Público do Trabalho (MPT), com solicitação de abertura de procedimento de investigação contra os órgãos citados.
Ainda no documento à Reitoria, o Sinjorba relata que há um fato gravíssimo no caso que envolve a demissão da funcionária contratada sobre regime terceirizado. Uma outra jornalista, que ingressou por processo seletivo, foi transferida unilateralmente no mesmo dia 24 de fevereiro. Ambas suspeitam que conversas entre elas sobre o ambiente do trabalho, em um aplicativo de mensagem, foram violadas e chegaram ao conhecimento da direção, o que teria provocado a demissão e a transferência. Corrobora a suspeita o fato de outros diálogos pessoais de uma delas terem sido divulgados e se tornado tema de conversas no local, com passagens que só pessoas envolvidas poderiam ter tido acesso. A jornalista entrará com queixa-crime na polícia civil nesta quarta-feira (01), para que seja investigada a violação.
Para o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, os fatos são graves e precisam de uma resposta efetiva e urgente da Reitoria. “Desde o ano passado, temos recebido queixas de colegas sobre a situação na TV e Rádio UESB, mas o medo dos envolvidos de se exporem impediu que a entidade tomasse providências concretas”, informa.
O sindicalista diz que, agora, o quadro mudou, primeiro, porque os profissionais decidiram falar e estarão à disposição como testemunhas e, segundo, porque a gravidade do que ocorreu nos últimos dias exige um posicionamento do Sindicato. “Inicialmente, pensamos até em procurar a direção da SURTE e da assessoria, mas, como as acusações de assédio são contra os próprios dirigentes, a entidade, preferiu ir diretamente à Reitoria e ao MPT em busca de uma ação externa mais efetiva”, finalizou.
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