A supervisora técnica do Dieese Sergipe, Flávia Rodrigues, foi a expositora da mesa sobre cenário econômico e balanço dos bancos, a segunda da 25ª Conferência da Bahia e Sergipe, realizada neste sábado (8/7), em Aracaju.
Em sua fala, ela ressaltou os impactos da taxa de juros, mantida em 13,75% pelo Banco Central desde agosto do ano passado, na economia e seu papel essencial para o crescimento do endividamento das famílias. Só no cartão de crédito, a inadimplência chegou a 48,2% em março de 2023.
Ao mesmo tempo que prejudica as famílias, os juros altos favorecem os ganhos do setor financeiro. Segundo os dados do Dieese, mesmo em um cenário econômico adverso, em 2022 os cinco maiores bancos em atuação no país – Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa – lucraram juntos R$ 106,7 bilhões. Isso representa um crescimento de 2,5 % em relação à 2021.
O lucro poderia ser ainda maior sem o impacto do caso envolvendo as Lojas Americanas, que levaram os bancos a aumentar a provisão para devedores duvidosos (PDD), para cobrir um possível calote. Isso diminuiu drasticamente o lucros das empresas.
O resultado positivo não impediu os bancos de fecharem 596 postos de trabalho em 12 meses, além de fecharem 300 agências físicas tradicionais, para investir em unidades de negócio e digitais. Essa política mostra a ganância do setor, que não se preocupa com o desenvolvimento do país.
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