Olá amigos e leitores.
____
Dizem, dizem, dizem que na essência da política é importante, divergir, convergir, e compreender o modelo da política, que se pratica no Brasil, onde nos 200 anos da república, desde de sempre houve isso que se conhece de centrão..., salvo se aqui, por exemplo, fosse uma ditadura do proletariado, ou se além dos parlamentares do PT, PC do B, Psol, PSB, mais uns 280 do PCB, PCBR, PCO, PSTU, UP, OT, MTM, aí, sim, nada disso, estaria acontecendo, obviamente, muito menos essas alianças que muitos aqui, julgam desnecessárias!
Mas, compreendo que a existência de um "centrão" permanente, pode atuar como uma força de equilíbrio para uns, e para outros, de barganha dentro do sistema republicano. Aliás, é no presidencialismo de coalizão, característica do nosso modelo, que exige-se negociações e alianças para garantir governabilidade, que é o quê se vive no Brasil, faz é tempo.
Sinalizo que quando governos de esquerda chegam ou chegaram ao poder, tiveram que compor com esse bloco para aprovar projetos e evitar paralisações institucionais, é o que sempre aponto ou pontuo. Seria bem provável que numa mudança estrutural profunda – como uma ditadura do proletariado ou uma expressiva maioria parlamentar revolucionária – poderia eliminar essa dinâmica. Mas, no cenário atual, em que a correlação de forças não permite tal hegemonia, as alianças tornam-se inevitáveis.
A questão é: há como avançar no projeto de mudanças sem depender excessivamente desses arranjos? Esse é o dilema que as forças progressistas enfrentam constantemente. Daí eu dizer dessa aposta de um outro projeto coletivo.
Pra mim é claro que a aproximação da direita com o governo do presidente Lula reflete exatamente o pragmatismo do sistema político brasileiro. O "centrão", enquanto força de sustentação parlamentar, busca manter sua relevância independentemente de quem esteja no Executivo. No fim das contas, trata-se de uma relação de conveniência mútua: o governo precisa de votos para aprovar projetos, enquanto os partidos do centrão buscam acesso a recursos, cargos e influência.
E a retórica de Hugo Motta e Davi Alcolumbre, ecoando discursos de inclusão, desenvolvimento e democracia, é um sinal dessa adaptação estratégica. No entanto, vale questionar até que ponto essa "harmonia institucional" se traduzirá em avanços concretos para a população, e não apenas em um arranjo para manter o status quo.
A esquerda ou parte dela que critica essas alianças deve sempre ponderar: sem elas, há governabilidade? E, com elas, há avanço real nas pautas progressistas ou apenas concessões para manter o governo de pé? Esse é o eterno dilema da política brasileira nos seus 200 anos de república..., para poucos!
Mas há muitas preocupações na base de esquerda do governo e que a meu juízo faz muito sentido, pois o resultado dessas eleições internas do Congresso reflete a correlação de forças no parlamento e pode influenciar a agenda política do país. A vitória de Hugo Motta (Republicanos) na Câmara e de Davi Alcolumbre (União Brasil) no Senado demonstra que os partidos do chamado “centrão” continuam sendo peças-chave no jogo político.
Embora os discursos tenham enfatizado a democracia, na prática, esses resultados mostram que a esquerda e os setores mais progressistas não conseguiram articular força suficiente para conquistar o comando de nenhuma das Casas. Isso significa que as pautas mais alinhadas ao governo do presidente Lula poderão enfrentar dificuldades, especialmente diante de um Congresso mais conservador e pragmático.
O Republicanos, partido de Hugo Motta, tem forte ligação com a base evangélica e setores mais alinhados à direita. Já Davi Alcolumbre, apesar de ter boa relação com o Planalto, representa um partido que transita entre diferentes espectros ideológicos dependendo da conveniência política.
Portanto, o governo sabe e vive todos esses riscos de forma diária, pois a disputa pelo controle do Congresso afeta diretamente as votações de temas importantes como orçamento, reformas e até eventuais pedidos de impeachment. Mesmo com discursos de defesa da democracia, a prática política pode ser outra. Será necessário um trabalho intenso de articulação do governo para garantir governabilidade e aprovar pautas prioritárias a nosso favor ou a favor do Brasil!
____
Joilson Bergher.
Anti-Fascista!
Nenhum comentário:
Postar um comentário