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Evento gratuito reuniu, durante dois dias, estudantes e profissionais da área de saúde |
Com o lema inspirado no educador Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria construção”, o Hospital Geral Prado Valadares promoveu o “1º Simpósio de Terapia Intensiva do HGPV”, na sexta-feira (21), das 13h30 às 19h30; e no sábado (22), das 8h30 às 17h.
A Faculdade de Excelência Unex Jequié, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB-Ba), o Grupo Elo, a Domínio e o Governo do Estado da Bahia patrocinaram o evento que recepcionou cerca de 900 pessoas, incluindo estudantes e profissionais da área de saúde.
Entre as autoridades presentes na abertura do Simpósio estavam Milena Bahiense (diretora da Unex Jequié), Nefferson Santana (enfermeiro e diretor administrativo do Hospital Geral Prado Valadares), Murilo Lemos (médico e coordenador médico das unidades de terapia intensiva do Hospital Geral Prado Valadares), Rita Rodrigues (represente do Governo do Estado), Lúcio Couto (representante AMIB-BA), Sandro Bahia (coordenador da AMIB da região Sudoeste da Bahia), Marlon Pereira (Secretário Municipal de Saúde), Ricardo Santana (coordenador geral de enfermagem do Hospital Geral Prado Valadares),Perseu Bernardino (médico e diretor médico do Hospital Geral Prado Valadares), Flávia Santos (enfermeira assessora do Hospital Geral Prado Valadares).
Para Milena Bahiense, diretora da Unex Jequié, a parceria com o HGPV é resultado da consolidação de um trabalho realizado há mais de 22 anos: “Somos uma instituição de referência em saúde. Com o curso de Medicina, seguimos capacitando cada vez mais profissionais para atuarem no hospital, na nossa comunidade e nas regiões circunvizinhas. Todo movimento em direção ao conhecimento será sempre bem-vindo. Estamos aqui para continuar transformando vidas para melhor”, resumiu.
Programação abordou temas e relatos sobre dia a dia do HGPV
Durante dois dias, seis mesas-redondas formadas por especialistas de Medicina, de Enfermagem, de Farmácia, de Fisioterapia e de Psicologia trataram sobre os desafios do cuidado ao paciente crítico, a partir do Choque e da Monitorização Hemodinâmica, da Ventilação Mecânica, da Sepse, do Choque Séptico, da Síndrome Pós-cuidados Intensivos, do Neurointensivismo, da Sepse em Pediatria e dos Cuidados Paliativos.
Com uma programação diversificada, dinâmica e de alto nível, o encontro abordou temas essenciais para compreensão de como funciona a Unidade Intensiva de Saúde do Hospital Geral Prado Valadares. Para a diretora-geral do HGPV, a enfermeira Ana Paula Camargo, “a unidade de terapia intensiva é o que tem de mais excepcional em assistência ao nosso usuário. A UTI simboliza o ápice do atendimento e o nosso paciente dispõe desse serviço com muita excelência, magnitude e responsabilidade”, destacou.
Sobre os apoiadores do evento, Ana Paula se referiu a parceria com a UnexMED Jequié como uma resposta de fortalecimento: Quando a gente fala em união, a gente lembra de força. Além de diretora do HGPV, eu também fui aluna e estou professora da Unex. A instituição tem uma relevância e um impacto social muito grande na cidade. O impacto educacional é ainda maior. A Unex forma pessoas que hoje trabalham no Prado Valadares. Isso é o que a gente tem de mais gratificante”, concluiu emocionada.
Os palestrantes do primeiro simpósio de terapia intensiva do HGPV provaram que para cuidar do paciente de maneira integral, é preciso compreender o ser humano que está em condição crítica, fragilizado, e levar em consideração a sua história de vida, as suas experiências, anseios e desejos.
Os professores da Unex Jequié e da UnexMED Feira de Santana, o farmacêutico Philipe Marinho e o médico Lúcio Couto participaram das mesas-redondas “Sepse em Pediatria: onde estamos e para onde vamos” e “Sepse e Choque Séptico”. Para Philipe Marinho, professor do curso de Farmácia, falar sobre antibióticos na sepse pediátrica foi muito enriquecedor, especialmente, por estar ao lado da médica Cacyane Naiff e da enfermeira Geize Kelly Cortes.
Os temas abordados, a qualidade das apresentações e a expertise dos profissionais responsáveis pelo cuidado especializado e intensivo ao paciente – da pré-UTI até os cuidados pós-internação – representaram um marco para a cidade de Jequié, em relação à educação médica continuada. O relato sobre a paciente, moradora da zona rural, que foi internada num quadro crítico de pneumonia e saiu do hospital inteiramente recuperada mostrou o quanto o atendimento multidisciplinar na terapia intensiva é importante. Enquanto ainda estava na UTI, a paciente também teve tratamento dentário para curar um abscesso, identificado como um dos causadores da doença.
Além de explorar as mais recentes inovações tecnológicas aplicadas à terapia intensiva, participar de uma programação científica pensada estrategicamente, a partir do dia a dia dos profissionais de saúde do HGPV, o público formado por médicos, residentes, profissionais da área da saúde, estudantes de graduação e pós-graduação também receberam certificado de participação e puderam ampliar as suas redes de contatos.
Como surgiu o conceito de Terapia Intensiva
O cuidado de maneira sistematizada de um paciente, base da medicina crítica ou da terapia intensiva moderna, surgiu em 1854, durante a Guerra da Crimeia, com o conceito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A enfermeira inglesa Florence Nightingale e mais 38 voluntárias passaram a monitorar pacientes graves e a mortalidade caiu para 2%.
Atualmente, com as inúmeras transformações no ambiente da terapia intensiva, a eficiência no diagnóstico por meio de exames laboratoriais e métodos de monitorização de última geração, assim como o emprego de técnicas de tratamento modernas, resultaram na redução significativa de mortalidade dos pacientes e na melhoria considerável da qualidade do atendimento.
Conhecida como um ambiente associado à complicações, à solidão, às dores e à morte, a Unidade de Terapia Intensiva passou a ser vista como um local associado à vida, à cura, à dedicação máxima ao paciente crítico, que precisa de cuidados, tanto físico quanto emocional. Além da equipe multidisciplinar, composta pelo médico intensivista e por profissionais da enfermagem, odontologia, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e farmácia clínica, o paciente no processo de cura, também pode contar com o apoio dos seus familiares.
HGPV: UTIs modernas, com tecnologia e humanização
Com Selo de Gestão de Indicadores de Qualidade e Desempenho – por indicadores como qualidade no acolhimento ao paciente, menor número de óbitos e tempo de permanência na unidade intensiva – certificação que contribuiu para o Registro Nacional de Terapia Intensiva, o HGPV é referência no interior do Estado na área de medicina intensiva. É o único a possuir terapia intensiva especializada no tratamento de crianças e adolescentes. O hospital possui 50 leitos de UTI, sendo 40 para adultos e 10 pediátricos.
Para a psicóloga Fabiana Nery, que participou da mesa-redonda sobre “Cuidados Paliativos”, a equipe intensivista do HGPV lida com desafios diários – a complexidade do diagnóstico de um paciente grave, a essência de uma intervenção imediata eficiente, a dor do ser humano enquanto paciente e as necessidades de sua família. Por isso, é preciso internalizar o conceito de que a UTI pode não curar a doença do paciente, mas pode aliviar o sofrimento e a melhora na sua qualidade de vida. “A presença de um ente querido faz toda a diferença no processo de cura e nos cuidados paliativos”, finalizou Fabiana, que citou um trecho do livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, da médica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes para contextualizar e completar a sua fala.
Fonte: Assessoria de Comunicação UnexMED Jequié
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