Kardé se formou em jornalismo pela então Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, da Universidade Federal da Bahia, em 1981, e trabalhou na TV Aratu, foi assessora de imprensa da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB), APLB-Sindicato, do Sindicato dos Bancários e Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba), entre outras entidades sindicais onde trabalhou. Integrou a comissão da Fenaj que formulou o primeiro Manual de Assessoria de Imprensa do Brasil, em 1985.
Assessora de imprensa do Conselho Regional de Farmácia enfrentou foi demitida durante seu mandato sindical, numa ação considerada arbitrária e ilegal pela Fenaj, que denunciou a violação de seus direitos trabalhistas e sindicais.
Ex-presidente do Sindicato dos jornalistas da Bahia (2004-2010), era uma das maiores referências da história do Sinjorba. Participou das diretorias da entidade entre 1998 e 2010 e, mais recentemente, de 2019 e 2025. Foi também dirigente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), cumprindo como última tarefa a participação na Comissão Nacional de Ética (2019-2022), como a conselheira mais votada pelos colegas.
Nove anos após deixar a Presidência do Sinjorba, Kardé foi a articuladora do movimento “Começar de Novo”, em 2019, que reuniu dezenas de jornalistas para promover a mobilização da categoria com vistas à revitalização do Sindicato.
Era uma ativista de nossa categoria e se empenhou na luta pela democratização da comunicação no Brasil durante sua longa militância, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e nos vários cargos que exerceu no Sinjorba e na Fenaj. Dedicou parte considerável de sua vida à luta dos jornalistas por melhores salários, condições de trabalho, respeito e dignidade. E pagou um preço alto pela sua militância, com renúncias pessoais, inclusive do tratamento da saúde.
Não há um jornalista sequer da sua geração e os que vieram depois que não tenha tido algum contato com Kardé. Era uma companheira aguerrida, mas ao mesmo tempo afável, carinhosa e acolhedora. Tinha um coração bem maior que ela, estava sempre a postos para lutar, mas também para oferecer apoio. Poucos são aqueles que passaram pela nossa vida com essa contribuição militante e humana.
O desaparecimento de Kardé, precocemente, deixa em todos nós um sentimento de muita tristeza e dor. Estivemos com ela na batalha pela sua recuperação e, por algum tempo, estávamos convencidos que o pior momento tinha passado. A diretoria do Sinjorba está em choque e arrasada. Cremos que este também seja o sentimento de nossos colegas que conviveram com Kardé.
O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, declarou que a morte Kardé será difícil de ser superada por todos que a conheciam. “Tenho nessa companheira e líder uma referência que jamais será substituída; foi ela quem me apresentou os caminhos da luta dos jornalistas, me incentivou, orientou e apoiou para continuar firme no fortalecimento do Sindicato e de nossa categoria”, disse.
Neste momento de consternação, unimo-nos aos familiares em preces de uma passagem tranquila e em paz. Kardé era uma comunista convicta e uma espiritualista praticante. Os anjos de luz que ela professava hão de guiá-la ao melhor lugar, para uma nova etapa de sua evolução. De onde estiver, estará torcendo para que possamos conquistar um mundo melhor, uma sociedade mais justa e inclusiva.
Kardé participou de atividades que ajudaram encarnados e desencarnados a passar por momentos difíceis e agora é recebida pelos amigos espirituais. Deixa saudades e a certeza de que a vida continua, para sua amada mãe, dona Lurdes, seu filho Artur, seu netinho, sua nora, a querida Telma, a lutadora irmã Verbena e demais irmãos de sangue, sobrinhos, dezenas de amigas e amigos-irmãos que adotou pela vida, companheiros de luta e admiradores que semeou ao longo da sua brilhante trajetória por este planeta.
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